Campus Santana recebe estudantes de escolas de Macapá em minicurso de produção de álcool 70º
Know-how: em 2020 o Ifap produziu e engarrafou mais de 2 mil litros de álcool etílico glicerinado 70° INPM doados durante o auge da pandemia de Covid-19
O laboratório de química do Campus Santana do Instituto Federal do Amapá (Ifap) abriu as portas nesta terça-feira, 19 de abril, para receber estudantes de escolas do ensino médio de Macapá. O projeto de extensão Minicurso de Produção de Álcool 70º Glicerinado tem a finalidade de ensinar as técnicas básicas de manuseio de materiais e reagentes e proporcionar o aprendizado prático de alguns conceitos da disciplina Química Orgânica, que é um dos objetos de estudo do concluinte do ensino médio e um conteúdo muito recorrente nas provas do Enem.
Estiveram presentes no minicurso, que foi ministrado pela professora de Química do Ifap Nazaré Souza e pelo técnico em laboratório Josefer Neves, alunos do 3º ano da Escola Estadual Cívico-Militar (ECIM) Prof. Antônio Ferreira Lima Neto e Colégio Elitte. “Eu utilizo a metodologia experimental para fixar o conteúdo. Sempre costumo dizer para os meus alunos que vão prestar o Enem que eles só precisam compreender o processo. Essa produção do álcool é uma função orgânica que cai muito no Enem, então aqui eles conseguem perceber que a química está no cotidiano deles”, declarou a professora proponente do projeto, que se estenderá até o mês de maio, com estudantes da própria instituição.
Pela primeira vez participando da elaboração de um processo químico em laboratório, a estudante Quéren Lima, que se identifica com os conteúdos de química, comemorou a experiência. “É muito interessante a gente ver como é o processo de fazer o álcool glicerinado, que foi muito utilizado na pandemia e que nós ainda estamos utilizando dentro da sala de aula, no interior das nossas casas. Eu tinha curiosidade de estar em um laboratório, de ver como são feitos os processos químicos e ter a oportunidade de participar dessa elaboração. Eu vi os processos de destilação, mistura, tudo o que demos nas aulas teóricas, assim como as próprias equações também. Foi incrível!”.
Para a professora de Química Denise de Carvalho, a ação reforça a importância da ciência para a humanidade. “Em um momento em que a ciência está sendo deixada de lado, trazer eles da sala de aula para a prática e fazer com que se vejam fazendo ciência e ajudando outras pessoas, isso os forma tanto como cidadãos quanto colabora para um aprendizado bem maior do que o do quadro branco, além de ajudar o aluno a se decidir sobre a área que deseja seguir na carreira universitária.”, disse.
Alberto Naby é pessoa autista. Ele revelou que mantém o hábito de higienizar as mãos com álcool, ainda que o seu uso tenha deixado de ser exigido em decorrência da flexibilização das medidas sanitárias. “Foi uma experiência bastante lembrável, divertida e que também me fez aprender um pouco mais a ter cuidado com essas coisas porque eu costumo ser um pouco desastrado, até agora mesmo depois que parou a exigência de usar o álcool eu continuei usando, principalmente no trabalho. É bem informativo e ajuda no dia a dia”, disse o estudante do Colégio Elitte.
Luciane Silva, que é professora de Biologia da ECIM Lima Neto, destacou no projeto de extensão a disseminação de conceitos de química e de biologia. “O conhecimento de produção de álcool aliado à biologia faz com que eles consigam entender porque o álcool é um importante desinfetante, uma substância microbicida no combate a bactérias e vírus. Então eu acho muito significativo, e eles estão muitos entusiasmados”.
Os participantes do minicurso foram recebidos pelo diretor-geral do Campus Santana, Marlon Nascimento, pelo chefe do Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão (Denpex), Themístocles Raphael, e pelo coordenador de Pesquisa e Extensão (Copex), Sandro Figueiredo.
Produção e doação de álcool
Durante os meses de novembro e dezembro de 2020, no auge da pandemia do novo coronavírus, o Ifap realizou o Projeto Corona Zero, que produziu e engarrafou álcool etílico glicerinado 70° INPM (aquoso) para ser doado aos órgãos gestores da saúde, unidades básicas e hospitais onde foram utilizados pelos profissionais que atuavam no combate à pandemia. Participaram do projeto viabilizado pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19 do Ifap laboratórios de pesquisa e servidores docentes e técnicos de laboratório dos campi Macapá, Santana, Porto Grande e Laranjal do Jari. Foram distribuídos pela ação mais de 2 mil litros de álcool etílico glicerinado 70° INPM, que foram produzidos seguindo todas as orientações emitidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) através de Nota Técnica n° 3/2020, que autorizou e normatizou a produção de álcool 70° por empresas e instituições de pesquisa para uso próprio e doação ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Por Keila Gibson, jornalista do Campus Santana
Instituto Federal do Amapá (Ifap)
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