Estudantes do integrado aprendem a produzir álcool glicerinado em laboratório
O mesmo álcool 70 glicerinado que os estudantes aprenderam a produzir foi desenvolvido em larga escala pelo Ifap e fornecido aos órgãos de saúde pública durante a pandemia
O conhecimento sobre a produção do álcool 70% INPM glicerinado, amplamente utilizado no combate ao novo coronavírus (SARS-CoV-2 ), causador da covid-19, popularizou-se entre os estudantes do ensino médio integrado do Campus Santana do Instituto Federal do Amapá (Ifap). O minicurso que levou os estudantes de Marketing, Comércio Exterior e Publicidade ao laboratório do Campus foi realizado no período de 3 a 12 de maio e resultou na produção e engarrafamento de mais 30 vasilhames de 500 ml do produto.
O álcool produzido e engarrafado pelos estudantes, sob a mentoria da professora de química Nazaré Souza Almeida, do técnico de laboratório e químico Josefer Neves e da estagiária da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Ana Flávia Matos dos Santos, já está sendo utilizado no interior da Instituição. “Eu nunca pensei que produziria álcool na escola. A gente sabe que o nosso campus proporciona oportunidades que não teríamos em outras escolas. Quando a professora nos convidou para ser monitores passou tudo o que ela sabe pra nós, e repassar esse conhecimento aos outros foi muito importante. Eu não pretendo seguir a área de química, mas desejo que todos que tenham essa oportunidade abracem.”, relatou o estudante Daniel Henrique da Cruz Santana, um dos quatro monitores do minicurso.
Wilck Vinícius Silva, do 3º ano do curso técnico em Comércio Exterior, disse que conheceu na prática os elementos que formam o álcool e que são responsáveis pela sua eficácia como substância antisséptica, capaz de inibir o crescimento de microrganismos ou removê-los de um determinado ambiente, como a pele. “Foi uma experiência que, além de ser um componente curricular, permite que a gente conheça realmente o produto, é legal aprender na prática como são feitos os elementos que a gente vê no dia a dia, ver realmente como funciona, e não chegar simplesmente e comprar o álcool.”
Os relatos são muitos por parte de quem até então nunca havia passado pela experiência de manusear substâncias químicas em laboratório. Para Lucas Bararuá, não deixou de ser uma experiência divertida. “Foi a primeira vez que eu fabriquei e recebi tanto conhecimento sobre isso, eu saberia explicar os materiais que foram utilizados e o processo de fabricação, a concentração exata que o álcool precisa, as 72 horas de descanso”, descreveu o estudante.
Ciência descomplicada
A visão sobre a ciência também mudou após o aprendizado dos estudantes. Agora, Daniel Santana diz já não achar a ciência complicada, como antes era vista. “Eu achava que o laboratório em si era um caos, mas quando a gente passa por essa experiência é totalmente diferente. Pra mim, a ciência era complicada, agora, pelo menos, abriu um pouco o leque de que tem muita coisa interessante na ciência pra ser descoberta”, afirmou.
Segundo a professora Nazaré Almeida, um dos objetivos do minicurso era justamente este, de descomplicar a ciência. “Era justamente que os meninos vivenciassem na prática a construção desse conhecimento e também para desmistificar um pouco o argumento de que a química é só cálculo, pra que eles olhem a ciência como um todo, com mais atenção, pois a gente precisa de ciência pra tudo, e uma maneira de colocar em prática é levando eles para o laboratório e eles mesmos construírem esse entendimento”, declarou.
Por Keila Gibson, jornalista do Campus Santana
Instituto Federal do Amapá (Ifap)
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